sábado, 24 de abril de 2010

Peça Infinita

Nada muda, tudo é sempre a mesma merda. É com lágrimas nos olhos e a maquiagem borrada que começo esse texto. De alma, corpo e mente, não sei mais se vivo intensamente cada momento ou se só vejo as coisas passarem e não faço nada. Cada segundo sinto a dor de viver em um manicômio, ao redor de uma multidão sedenta por status e prazer, que não tem nada além disso como principal objetivo na vida. Os momentos em que estes loucos se dizem humanos puramente ingênuos, apreciadores dos bons valores e vítimas do festival de palhaçadas que sofremos dia após dia são na verdade uma simples fachada. Talvez se estivéssemos falando de alguns anos atrás, a situação seria oposta, porém este se tornou o estado 'normal' da humanidade. Criadores do seu próprio teatro, vestindo suas belas máscaras, saem pelas ruas atuando e manipulando, como se fossem os diretores. Mas já se viu direção de várias pessoas ao mesmo temo dar certo? Claro que não. E não é diferente: as coisas vão sempre errado, porém as cortinas tapam o a sujeira acumulada ao longo dos anos. Ela permanece lá, mas ninguém a vê.
O mais triste de tudo isso é ser obrigado a vestir a máscara e não ter opção de ser verdadeiro. Sim, sou um desses loucos, vivo neste manicômio e é extremamente decepcionante, mas eu não nego. Sou mais louca que alguns, menos do que outros.
O que eu gostaria que acontecesse é que eles se dessem conta de que no fim do dia todos precisamos descansar, escovar os dentes, deitar na cama e rezar a Deus pra que o próximo não seja tão infernal quanto este. E não há como negar: você acaba sendo você mesmo só quando está sozinho e, apesar do que se pensa, é menos sozinho quando isso acontece.
Nada muda, tudo é sempre a mesma merda. É com os olhos secos e a maquiagem ainda borrada que termino esse texto. Mas meu roteiro (infelizmente) não acaba por aqui.

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